terça-feira, 28 de julho de 2009

Alice no País das Maravilhas/ A muralha

A menina sonhadora
E pouco desavergonhada,
Desfez-se da realidade
E foi para uma terra encantada.

Senhora do seu nariz,
De seu nome Alice,
Escapou por um triz
A um universo de doidice.

Pois o seu mundo era de doidos
Mas até fazia sentido
Porque os doidos lá eram sãos
E o coelho andava vestido.

Um mundo impossível
Cheio de possibilidades,
Muito pouco plausível
Feito de mil realidades.



Mandarei levantar a muralha mais alta.
Mandarei que nela não se façam portas
E que não se incluam janelas.
Mandarei levantar uma besta intransponível
Que inibirá o mais temível
Dos corações ousados!
Não deixarei ver profanados
Meus alicerces sonhadores
Não deixarei ver meus sonhos caçados
Por execráveis caçadores!
A muralha beijará as nuvens,
Nem mesmo os pássaros a poderão transpor.
A muralha velará secretamente
Um vulto sombrio.
Que nenhum ser prudente
Se atreverá a perturbar.
Mas a prudência, já não é coisa deste mundo,
Vós, cavaleiros que buscam renome,
Importunam a fera sombria.
Com uma tal folia
Que não parecem perceber!
Meu coração só quer paz
Como nasceu ele quer morrer!
Deixai as minhas sombras em repouso
Deixai-as viver em paz!
Que mal vos fiz eu?
Que mal vos firam elas?
Vós apareceis espicaçando
A tristeza dos meus versos!
Depois partis voando
Como cisnes dispersos…
Deixando o meu coração despedaçado
Em fanicos esmorecidos!
Por isso
Para que tal acto não mais a aconteça
Que a grande muralha apreça
E me separe do mundo
Talvez fique só mas, ao menos,
A minha poesia fará mais sentido.
créditos: Wiscat

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